Responsabilidade dos marketplaces por produtos de terceiros
- Thales de Menezes
- 3 de abr.
- 2 min de leitura
Os marketplaces revolucionaram o comércio eletrônico, oferecendo uma plataforma onde diversos vendedores podem expor seus produtos. Sites como Mercado Livre, Shopee e Amazon funcionam como intermediários entre consumidores e lojistas. Mas quando algo dá errado, como um produto defeituoso ou uma entrega que nunca chega, quem responde? O vendedor ou o próprio marketplace?
O que diz a lei?
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) protege quem compra online, garantindo direitos como informação clara, segurança do produto e suporte eficiente em caso de problemas. No entanto, a responsabilidade dos marketplaces ainda gera muitas dúvidas.
O artigo 14 do CDC estabelece que fornecedores de produtos e serviços respondem objetivamente pelos danos causados aos consumidores. Mas e quando o marketplace apenas intermedia a venda?
A resposta depende de como a plataforma atua.
Quando o marketplace pode ser responsabilizado?
Apesar de não ser o vendedor direto, o marketplace pode ser responsabilizado em algumas situações, especialmente quando:
1. Há falha na mediação da venda
Se o marketplace se apresenta como parte ativa da negociação, oferecendo garantias, processamento de pagamento ou até mesmo influenciando a decisão do comprador, ele pode ser considerado corresponsável em caso de problemas.
Exemplo: Um site que promete reembolso garantido, mas se recusa a resolver uma disputa entre comprador e vendedor.
2. Não há transparência sobre quem é o vendedor
O CDC exige que o consumidor tenha informações claras sobre com quem está comprando. Se o marketplace não identifica corretamente o lojista e o consumidor não consegue contato direto, a plataforma pode ser responsabilizada.
Exemplo: Um site que não exibe nome, CNPJ ou informações de contato do vendedor.
3. Falta de suporte ao consumidor
O marketplace deve garantir que a compra ocorra de forma segura. Se houver omissão na resolução de problemas, como produtos falsificados ou entregas não realizadas, ele pode responder por danos ao consumidor.
Exemplo: Um cliente recebe um item falsificado e a plataforma se recusa a intervir.
Quando a responsabilidade é apenas do vendedor?
Se o marketplace atua apenas como intermediário e fornece informações claras sobre o vendedor, geralmente a responsabilidade recai sobre este último. Isso ocorre em situações como:
Produto com defeito: Se o defeito surge após o uso, o lojista ou fabricante deve ser acionado.
Atraso na entrega: Caso a loja tenha total controle sobre o envio e a entrega, o marketplace não pode ser responsabilizado.
Troca ou devolução: Se o lojista tem uma política própria de trocas e está devidamente identificado, ele é o responsável pelo cumprimento da oferta.
Como o consumidor pode se proteger?
Verifique a reputação do vendedor: Consulte avaliações e comentários antes de comprar.
Leia a política da plataforma: Veja como funciona o suporte em caso de problemas.
Guarde provas da compra: Salve e-mails, comprovantes e conversas com o vendedor.
Aja rapidamente: Se houver problemas, tente resolver pela plataforma. Se não der certo, acione o Procon ou entre com uma ação judicial.
Conclusão
Os marketplaces são aliados do comércio digital, mas precisam garantir que seus consumidores estejam protegidos. Dependendo do nível de envolvimento da plataforma na venda, ela pode ser corresponsável por prejuízos sofridos pelo comprador.
Se você teve problemas com uma compra online, conheça seus direitos e exija que sejam respeitados!
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